sábado, 31 de dezembro de 2016

Balanço de 2016

Então... chegamos ao final de dois meses da existência deste blog, dedicado fundamentalmente à Literatura, o que inclui a divulgação de novos(as) autores(as). E, iniciando 2017, já teremos três novos autores para apresentar a vocês.

Hoje, quero apresentar a vocês as minhas leituras deste ano. Estou vendo, em vários blogues,  pessoas que estabeleceram metas ousadas de leitura: 90, 200 e até 364 livros, ou seja, a pessoa se programou para ler um livro por dia! E outra blogueira diz que leu 31 livros em um dia... Não sei se podemos confiar nesses números... 

Eu não estabeleci meta alguma, fui lendo na medida em que dispunha de tempo para isso. Nunca leio dois ou mais livros simultaneamente, sempre me concentro em um apenas. Só quando termino é que pego outro!

Li e/ou reli 35 livros durante este ano, conforme se pode ver nesta relação:



Janeiro –      1 - História dos homens no Brasil – Mary del Priore
Fevereiro –  2 - Historia da Beleza no Brasil – Denise Bernuzzi de Sant’Anna
                    3 - O século de sangue – Emmanuel Hecht e Pierre Servent
Março -       4 - Amores proibidos na história do Brasil – Mauricio Oliveira
                    5 - Histórias íntimas – Mary del Priore
                    6 - Mulheres dos anos dourados – Carla Bassanezi Pinsky
                    7 - Tragédias de Shakespeare – Romeu e Julieta
Abril -          8 - Tragédias de Shakespeare – Macbeth
                    9 - Tragédias de Shakespeare – Hamlet
                  10 - Tragédias de Shakespeare – Otelo, o mouro de Veneza
                  11 - Trabalhando com Literatura e História no ensino médio – Adhemar Marques e Jair Corgozinho
                  12 - Desencontros – Giovanna Olivetti
                  13 - Duas luas – Bruna Longobucco
Maio –       14 - História do corpo no Brasil – Mary Del Priore e Márcia Amantino
Julho/agosto – 15-O castelo de papel – Mary del Priore
Setembro –16 – Chico catatau um cangaceiro diferente – Izaias Gomes de Assis (cordel)
                  17 – Operação Arcádia – Carol Bonacim
                  18 – Salvos pelo amor –  Juliane Rodrigues
                  19 – Os meus olhos que não eram os meus – HelenaH
                  20 – O deserto dos meus olhos – Leon Idris
Outubro –   21 – Pedras Negras – Cesar Luiz
                   22 – A escola de maridos – Molière
                   23 – Laços de família – Clarice Lispector
Novembro – 24 – A improvável Annelise – Tatyana Azev
                    25 – Mariposa – Patricia Baikal
                    26 – A carne – Julio Ribeiro
                    27 – Persuasão – Jane Austen
                    28 – Histórias da gente brasileira – v.1 – Mary del Priore
Dezembro – 29 – Andando sobre o gelo fino – José Gualberto Gambier Costa
                    30 – Um ano bom – Ana Faria
                    31 – Occupy – movimentos de protesto que tomaram as ruas – David Harvey et al.
                    32 – A mulher de trinta anos – Honoré de Balzac
                    33 – Controverso – Luana Simonini
                    34 – A última poesia – do orgulho nasce a guerra – Max Wagner
                    35 – A lebre com olhos de âmbar – Edmund de Waal

Gosto eclético? Provavelmente, mas temos aí excelentes livros de História, excelentes romances, clássicos e novos autores. Dos novos, lidos principalmente no segundo semestre, alguns eu já apresentei aqui e outros estão aguardando na fila o momento de serem divulgados(as).

Que em 2017 não nos faltem bons livros para ler!!!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Apresentando novos(as) escritores(as) brasileiros(as) [7]




A jovem escritora que apresento aos leitores e leitoras, Patricia Baikal cresceu em Minas Gerais e atualmente mora em Brasília. É graduada em Direito, escritora e blogueira. Em 2013, criou o blog literário palavrasdebandeja.com.br onde escreve crônicas e contos inéditos já premiados em concursos literários. “Mariposa”, publicado em 2015, é o seu primeiro romance.



Mariposa – asas que mudaram a direção do vento

A história central sobre jogos de poder, política e corrupção se cruza com uma história de amor. Um jovem senador brasileiro, Nicolas, se vê rodeado de grandes mistérios, a partir do momento em que uma estranha mulher invade sua casa e lhe dá pistas para incriminar seu rival político.


Enquanto se envolve de uma forma apaixonante com esta mulher, de codinome Mariposa, Nicolas tenta desvendar os segredos de uma organização, invisível aos olhos da sociedade, mas com grande poder de influência na política do país. 


Em uma Brasília futurista, no ano de 2020, o então senador Nicolas Vaz tenta desmascarar o colega de senado Brassel, autor de inúmeros delitos contra a Constituição Brasileira e envolvido em diversos esquemas de corrupção. O protagonista, no entanto, tem que enfrentar os métodos sujos e invasivos que seu inimigo político usa para impedi-lo de prosseguir nas investigações. Na trama, ele conta com a proteção e a ajuda de uma bela e sedutora mulher, a misteriosa Mariposa. 


O surgimento de uma personagem feminina na residência do senador Nicolas é um fato que deixa os leitores curiosos até o final do livro, fazendo conjecturas sobre a real identidade da mesma. Sem querer tirar a curiosidade daqueles que irão ler, é só nas páginas finais que terão a resposta.


Eu tive o prazer de ler este romance e digo, com certeza, que Patrícia conseguiu produzir um livro eletrizante e que, curiosamente, guarda relação com o “Operação Arcádia” de Carol Bonacim, que comentei no post anterior. Outra curiosidade é que ambas são advogadas e que curtem escrever.



Além de Mariposa, Patrícia tem alguns contos na Amazon, no blog e no Wattpad.

Na Amazon:



Mendiga: Conto sobre uma mulher sem memória que percorre ruas e jardins da cidade, enquanto cria fantasias em torno de uma pobre e dura realidade.



O computador- escritor: A invenção de um computador que cria histórias pode acabar com o destino de todos os escritores, especialmente com o de Franco, um frustrado escritor. O avanço da tecnologia faz a sociedade se questionar: Quais os limites entre a máquina e o homem?



No Wattpad: 



O círculo das bruxas: À beira do Rio das Moças, seis mulheres se reúnem secretamente para fazer o que ninguém mais pode ver.



No blog palavrasdebandeja.com.br, há mais de 50 contos disponíveis, principalmente sobre realismo mágico.


Que tal conhecer o trabalho dela? Pelo que já li... recomendo!!!

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Dos hábitos da leitura



Viajo cheia de livros e vou abandonando-os pelo caminho: em trens, hotéis, aeroportos, cafés. Não preciso saber quem os lerá. Em minha fantasia, este desconhecido será a pessoa ideal
Por Maria Bitarello | Imagem: Winslow Homer, The New Novel (1877)

“Fora o cachorro, o livro é o melhor amigo do homem.
Dentro do cachorro é muito escuro para ler.”
Groucho Marx

Às vésperas de uma viagem internacional me pego pensando sobre os livros que levarei. Não me adaptei aos e-books, e sei que numa situação como essa eu poderia levar dezenas de tomos ocupando o espaço de uma antiga calculadora. Mas eu sou old school e levo o livrão mesmo. A meu favor, tenho o desapego do objeto “livro” uma vez concluída a leitura. O fetiche não reside em colecioná-los, embora eu tenha centenas deles. O deleite está na leitura em papel. Uma vez lido, prefiro pensar nele chegando às mãos de outra pessoa, assim como aprecio receber um livro usado. O objeto vem e vai carregado de significado e, mais que isso, de histórias.

Já que não consigo superar o livro em papel e eles são pesados em viagens, desenvolvi o hábito de abandoná-los pelo caminho. Às vezes eles são dados diretamente a alguém, mas em outras tantas são largados mesmo. Em ônibus, trens, aviões, hotéis, aeroportos, cafés. Escolho um lugar e deixo-o ali. Não preciso saber quem será o novo leitor nem quero me corresponder com ele/ela, mas a-d-o-r-o a ideia de que o volume vai cair nas mãos de um desconhecido. E, na minha fantasia, esse anônimo será a pessoa ideal. Porque tem disso com livros. Tem o livro certo, com a pessoa certa, mas sobretudo a hora certa. Na nossa vida e na do livro; quando estamos prontos um pro outro.

Pois bem, esse hábito de abandonar os livros em viagens passou a me influenciar de tal maneira que agora não só penso no que eu quero ler, mas também no que meu leitor sucessor poderá apreciar mais. E no caso de uma viagem internacional, a pergunta se torna ainda mais estimulante. Que livros, que histórias, que autores, atravessam fronteiras geográficas, culturais, econômicas, raciais, de fuso horário e sobrevivem, ao tempo e ao deslocamento?

Os clássicos, é o que me digo. Olho pro Dostoievsky aqui na cabeceira da cama. Esse, não há dúvida, é clássico. Nenhum leitor de hoje, naturalmente, viveu na Rússia do século 19; e nem precisa, porque a obra atravessa os séculos. Cito Ítalo Calvino: “Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer”. E por que será? Suspeito que seja porque um clássico, despido de suas roupas de época, sobrevive graças a seu poder de alcance daquilo que há de mais universal: o íntimo. E nesse lugar, nesse espaço-tempo, somos todos bichinhos parecidos.

O clássico, sendo assim, deve ser aquele que consegue continuamente transportar pessoas das mais variadas pra um mundinho onde vivemos as escolhas éticas de um outro ser, um personagem, que, como eu, sente amor, inveja, honra, compaixão, medo e vergonha. Colocar-se no lugar de e viver junto as angústias de Raskolnikov, em Crime e Castigo, talvez só não seja mais revelador sobre o caráter do leitor – do seu pior e do seu melhor – do que sobre o do próprio escritor. Ler um livro desse calibre é, forçosamente, olhar-se no espelho. E sabemos que isso não é fácil. Mas escrevê-lo é despir-se em público.

Na minha família, a leitura não é só um hábito, é uma afirmação do ser. Leio, logo existo. Cresci acreditando que quem não lê não tem vida interior, não sabe ficar só, e que no fundo, no fundo há um tipo de leitura ideal pra cada um: conto, romance, quadrinhos, bíblia. A vida é muito preciosa pra não dedicarmos uma enorme porção dela à leitura. Em minhas certezas obtusas, só fui aprender muito mais tarde que o leitor voraz, essa ave rara, também é passível de críticas. Dentre as que já ouvi, escapismo da realidade, uso do livro como escudo ao convívio social, por aí vai.

Embora discorde, há verdade nisso também. De fato, fantasio em passar tardes inteiras lendo, sozinha. Minto pra fugir de compromissos sociais e ficar com um livro amado. Várias vezes. Leio em público pra evitar papo furado. Li livros inteiros durante aulas insuportáveis de química na escola. Levava, adolescente, um livro escondido na bolsa pras festas de amigos – essas onde a gente começa a beber, fumar um, dar uns amassos – e, de vez em quando, dava uma fugidinha pro quarto pra ler umas páginas. Afinal, quem tem um livro consigo nunca está entediado. Acho que hoje o celular serve a esse mesmo propósito. Diante do menor sinal de tédio, sacamos ele do bolso – só que com menos reprovação.

Não creio que a leitura seja fuga. Porque ela demanda coragem. Todas as artes proporcionam esse elixir espiritual extracorpóreo e que, ao mesmo tempo, nos aterra. Mas ao contrário das demais linguagens, a literatura – e o romance em particular – pressupõe uma convivência íntima e prolongada com uma história. Só um livro pode me acompanhar por semanas, meses até. Ainda que, com o tempo, os detalhes narrativos se esvaiam da memória, permanecerá comigo, firme e mutante, sua sensação. Quem eu era, onde estava. Dedique sua vida a ler os clássicos, pensei. Há mais aprendizado sobre a condição humana neles que em qualquer outra forma de experiência – excetuando as peças do Teatro Oficina.

Agora, com as malas prontas, concluo que mais que preguiça ou descaso, deixar meus livros pra trás, como migalhas de pão, é um ato de amor. A literatura dá sentido à vida. Ela afina a alma, alinha os chacras. Ainda nem fui pro aeroporto, mas já começo a fantasiar quem será o próximo leitor dos livros que abandonarei nessa viagem. Quem é que vai se olhar no espelho. Se será o livro certo.

(fonte: http://outraspalavras.net/destaques/dos-habitos-da-leitura/)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Apresentando novos(as) autores(as) brasileiros(as) [6]



Apresento hoje a autora Carol Bonacin (Caroline Oliveira Bonacin), autora de um livro que me encantou quando o li: Operação Arcádia.

A autora
 
Carol Bonacim é formada em Direito pela Universidade de Ribeirão Preto, SP, e desde 2008 atua como advogada nas áreas civil e de família, bem como presta assistência à Defensoria Pública do Estado de São Paulo, na qualidade de patrona, na cidade de Santa Rosa de Viterbo, SP.

É membro correspondente da Academia de Artes de Cabo Frio (RJ) e da Academia de Letras do Brasil/Suiça.

Venceu o prêmio Personalidade 2015, na categoria Literatura, da Artpop (RJ) e do Prêmio Coninter/2016 (Conselho Internacional dos acadêmicos de Ciências, Letras e Artes).

Desde setembro de 2015, data do pré-lançamento da sua obra prima, Carol divide seu tempo entre o exercício da advocacia e a confecção de textos, principalmente os românticos, pois ela se autodeclara uma romancista nata.

Já participou das Bienais de São Paulo e de Brasília, da Flipoços (Poços de Caldas) e tem publicado artigos em revistas literárias.



O livro, ou o primeiro de uma série de quatro.

Sim, é isso mesmo. Ela escreveu um alentado volume que é “apenas” o primeiro de uma série. A história da delegada da Polícia Federal Diana Toledo se desenvolve, neste primeiro volume já publicado.

A delegada é de São Paulo, mas a maior parte da trama se desenvolve na capital federal, para onde ela e dois amigos se deslocam com a finalidade de investigar uma poderosa quadrilha de traficantes de drogas e de armas. Uma simples prisão feita pela sua equipe em São Paulo acabou mostrando ramificações no Rio de Janeiro e, finalmente, em Brasília, onde estariam os chefões.

Acertou quem pensou que o “capo” tinha um amplo escritório no Senado Federal e outro em sua mansão no setor mais nobre da Capital. Curioso é que, quando a vi apresentado seu livro justamente na Bienal de Brasília, várias pessoas perguntaram se ela tinha se inspirado para criar a personagem em um determinado Senador... deixo à imaginação de vocês quem seria tal personagem...

Mas, no desenrolar da investigação, ela fica conhecendo uma pessoa que vai dar uma revirada em muitas de suas concepções e em muitos de seus valores. Leonel é seu nome, e, por coincidência, ele é sobrinho do tal Senador.

Pode-se, portanto, imaginar o que irá acontecer. Ela se apaixona por um indivíduo, parente daquele outro que é seu principal suspeito. Esse amor irá fazê-la perder o foco de sua investigação? É a dúvida que assalta quem lê, mas cuja resposta se dará em breve.

O livro prende a atenção de uma forma intensa. A diagramação dele não foi das melhores, o que o tornou volumoso. O que não chegou a ser problema, porque a narrativa da autora prende a atenção de uma forma tal que eu terminei de ler as mais de 600 páginas em três dias. E uma jovem leitora, adolescente, em Brasília, fez questão de ir pedir um autógrafo a ela e os pais disseram que ela devorou o livro em seis dias. Isso é um grande mérito da autora. Não é fácil prender a atenção do jeito que ela conseguiu.

Carol Bonacin se inscreve, dessa forma, como uma promissora criadora de romances policiais, gênero que já nos trouxe Agatha Christie, Arthur Conan Doile e tantos outros. Apurando seu estilo e suas ideias, Carol logo poderá ser considerada membro desse seleto grupo de autores!

A lamentar, no presente volume, a falha da editora Chiado, que não fez revisão. Para sorte da autora, a história que ela desenvolver é tão empolgante, que as falhas de revisão acabam sendo ignoradas. Mas é de se pensar que, nos volumes subsequentes, tais falhas não se repitam.

“Redigida de forma ímpar, Operação Arcádia promete arrancar o fôlego de quem aprecia uma eletrizante trama de ação, uma hilariante comédia e uma inesquecível história de amor.”

Ficou interessado(a)? Pois procure o livro na Livraria Cultura, www.livrariacultura.com.br , www.chiadoeditora.com, www.amazon.com.br.